quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Bodh Gaya

31/12/2010.

A passagem do ano foi um dia especialíssimo. Já de manhã, subimos a pé até o alto da montanha onde fica a caverna em que ocorreu o primeiro consilho de 500 Arahants após três meses da morte do Buddha. A intenção era compartilhar os ensinamentos do Desperto. Daí foi que nasceu o Tripitaka - as escrituras mais antigas no budismo. Tivemos a honra de meditar ali, todo o grupo, onde se reuníram 500 pessoas iluminadas! Nada melhor para se despedir do ano que findava. Ao terminarmos, uma benção dos céus: um chuvisco numa época de seca em Rajgir, que passou enquanto perfazíamos o caminho montanha abaixo.

Subimos com cajados de bambu, comprados na mão de crianças miseráveis. Na descida, devolvi o cajado a uma garotinha, para que ela pudesse vendê-lo novamente. Havia um peregrinação dos habitantes locais também. Alguns eram carregados em liteiras rudimentares por senhores magrinhos e idosos. Era de cortar o coração... mas era o ganha-pão daquela gente!

Antes de descer, visitamos ruínas de um mosteiro ecumênico e também do mais antigo mosteiro do hinduísmo - 5000 anos, em homenagem a Shiva.

Após uma viagem de três horas de ônibus, mais ou menos, chegamos a Bodh Gaya ainda no dia 31/12. Foi lá que o Buddha se iluminou sob a Árvore Boddhi. O local e todo o percurso é paupérrimo! As ruas são todas de terra e não há calçadas. Pessoas, carros, ônibus, tuk - tuk, motos, bicicletas, vacas e outros animais disputam o mesmo espaço empoeirado, numa confusão inacreditável. O vilarejo estava lotado de pessoas de toda parte do mundo. Um evento do budismo tibetano, reunindo figuras do alto escalão de Rimpoches lotou nosso hotel, inclusive. Fora isso, celebrava-se o aniversário daquele templo sagrado durante os dias 01 a 03 de janeiro. O movimento nas ruas, barraquinhas e lojas, no templo e mesmo no hotel japonês quatro estrelas (outro!) só se comparava ao do último jogo do campeonato brasileiro de futebol com um time de massa disputando o primeiro lugar!









Um jantar cedo, animadíssimo, em que nos abraçávamos, desejando Feliz Ano Novo, marcou nossa virada para 2011 - para alegria dos alemães e funcionários do hotel, que acabaram a noite dançando na portaria com alguns dos companheiros de viagem. Beleza pura!



 

Um comentário:

  1. Que a alegria da virada seja só a semente de uma alegria imensa que vai se espalhar pelo ano! Beijos, Sis!

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